Marillion Biografia - Progbrasil

Marillion

Inglaterra
www.marillion.com




Um dos grandes nomes do progressivo mundial, esta banda inglesa foi talvez o grande responsável pela sobrevivência do estilo nos anos 80.

Começou em fins de 1979, inicialmente com o nome Silmarillion (título de um livro de Tolkien). A primeira formação foi com Mick Pointer na bateria, Doug Irvine no baixo, e mais um guitarrista e um tecladista cujos nomes são desconhecidos.

A formação se estabilizaria com a entrada de Steve Rothery (guitarras) e Brian Jellyman (teclados), pouco tempo depois. Nessa época, o nome da banda foi mudado para Marillion. A proposta inicial da banda era instrumental, mas com o tempo isso foi mudado, e Doug assumiu os vocais.

Os primeiros registros conhecidos da banda, ainda com essa formação, são algumas demos datadas de 1980, com as músicas Close, Alice e Lady Fantasy. Close se trata de uma versão embrionária de The Web, e Alice seria retrabalhada, transformando-se em Forgotten Sons (ambas sairiam no primeiro disco, alguns anos mais tarde). Lady Fantasy foi a única que não foi reaproveitada, e não tem nada a ver com a famosa música do Camel.

Doug deixaria a banda no fim de 80. Para seu lugar foram recrutados o baixista Diz Minnit e o vocalista Derek Willian Dick, que logo adotaria o pseudônimo Fish.

Esta nova formação (Fish, Rothery, Jellyman, Minnit e Pointer) começa a chamar a atenção do público britânico. Mesmo sem nenhum lançamento oficial, seus shows começam a ter bom público, e ótima recepção em geral. É nessa época que surgem alguns dos grandes clássicos do grupo como Grendel e Garden Party.

Em 82, mais duas mudanças de formação : Diz Minnit dá lugar a Pete Trewavas, e Brian Jellyman é substituído por Mark Kelly. E este é o ano em que a banda assina com a EMI, e faz seu primeiro lançamento oficial : o single Market Square Heroes (completado por Three Boats Down From the Candy e, na edição em EP, pelo épico Grendel).

No embalo, veio enfim o primeiro álbum, em 1983 : o clássico Script For a Jester's Tear. A partir daí, foi como uma avalanche. A popularidade da banda decolou, apoiada na ousada proposta de fazer um progressivo mais atual, com influências dos anos 70, porém uma sonoridade nova.

Ainda em 1983, o baterista e fundador Mick Pointer saiu da banda. Após experimentar alguns substitutos (o ex-Camel Andy Ward chegou a fazer shows com a banda), Ian Mosley é efetivado no posto, e o crescimento continua em 84, com o novo álbum de estúdio Fugazi, e o ao vivo Real to Reel.

No ano seguinte, a consagração total : Misplaced Childhood é o maior sucesso da carreira do grupo, e continha uma música que virou hit mundial : Kayleigh. A turnê que se seguiu, e durou quase 2 anos, efetiva a banda como um dos grandes nomes da década, conquistando um novo público para o movimento progressivo.

1987 veria o lançamento daquele que é, para muitos, o melhor trabalho da banda : Clutching at Straws. Porém, a situação interna da banda não era boa. Fish estava em atrito com os seus parceiros. O peso do sucesso deixou sequelas, e culminou na saída do vocalista, em meados de 1988.

A perda de Fish foi terrível para a banda, e mais ainda para os fãs. Fish se revelou, nesses anos, um dos melhores letristas da nova geração do rock, e tinha um carisma quase inigualável no palco. Transformava os shows de sua banda em verdadeiras festas. o Marillion deve grande parte do seu sucesso ao vocalista. A coletânea de raridades B'sides Themselves (reunindo apenas as várias músicas que ficaram de fora dos álbuns de estúdio, figurando apenas nos antológicos singles que a banda lançou nos anos 80), e o ao vivo The Thieving Magpie (que reuniu registros ao vivo diversos desta fase) foram os últimos lançamentos oficiais com Fish, enquanto o grupo se preparava para seguir em frente sem seu carismático vocalista.

1989 marcou o início da nova fase do grupo, com a entrada do vocalista (e eventual tecladista) Steve Hogarth e o lançamento do novo álbum : Seasons End. Totalmente diferente de seu antecessor, Hogarth causou estranhamento e desconfiança para muita gente no começo, mas, com seu carisma, autenticidade, e sua ótima voz, foi ganhando aos poucos seu espaço. Seasons End seria, apesar de já ter muitas diferenças, um trabalho transitório, pois contaria com várias músicas que já vinham sendo trabalhadas quando Fish ainda estava na banda.

O ano seguinte foi todo na estrada, incluindo a primeira (e consagradora) visita do grupo ao Brasil, em janeiro, quando se apresentou no festival Hollywood Rock.

Em 91, a banda lança o seu trabalho mais comercial até então : Hollidays in Eden. A despeito do apelo comercial, trata-se de um ótimo álbum. Porém, uma grande surpresa viria 3 anos depois, com o lançamento do conceitual e ousado Brave, o disco mais progressivo da banda em anos, porém apontando uma nova direção, bem diferente da fase Fish.

Essa nova direção se manteria a partir daí, com a banda se desligando aos poucos do seu passado (os shows passam a dar ênfase aos discos com Hogarth). 96 veria o lançamento de Afraid of Sunlight, na mesma linha de Brave, porém um pouco mais reflexivo. Esse disco inclui uma música que faria grande sucesso aqui no Brasil : Beautiful.

A partir daí, a banda passou a atuar de forma independente, já sem contrato com a EMI. Seus lançamentos seguintes mostrariam mudanças radicais de direção no som, mostrando a intenção dos músicos não se manter estagnados no tempo, porém assustando muitos fãs.

Mas os fãs seriam, a partir daí, os principais aliados do grupo. Numa relação direta com seu público, o Marillion causou uma pequena revolução ao ter a produção de alguns álbuns bancada diretamente pelos fãs, com liberdade total de criação.

Dos recentes lançamentos da banda, merece destaque o álbum Marbles, que mostra grande inspiração, em músicas como Fantastic Place, Neverland e Ocean Cloud, verdadeiros novos clássicos na já longa lista desta que é uma das bandas mais impotantes do rock mundial das últimas décadas.

Marcello Rothery
Progbrasil