Renaissance - Through the Fire - Progbrasil

Renaissance

Inglaterra




Titulo: Through the Fire
Ano de Lançamento: 2001
Genero:
Label:
Numero de catalogo:

Revisto por Marcello Rothery em 07/03/16 Nota: 5.0

 

Escutável

Jim McCarty, Jane Relf, John Hawken e Louis Cennamo juntos novamente. Estes 4 músicos formaram, com o falecido Keith Relf, o Renaissance em 1969. Os dois primeiros discos da banda são com eles. Alguns anos depois, os 4 se uniram novamente, na banda Illusion.

E em 2001, os 4 se juntam outra vez para o lançamento deste álbum. O primeiro de inéditas desde Enchanted Caress, último disco do Illusion, que foi gravado em 1979 (mas só foi lançado quase 20 anos depois). Jim compôs, sozinho, todas as 10 músicas que compõem o cd, além de cantar todas e tocar a bateria (e também alguns teclados). Jane Relf tem uma participação bastante reduzida; faz apenas vocais de apoio, e aparentemente não figura em todas as músicas. Talvez o maior erro na produção deste álbum tenha sido isto. Afinal, Jane aparece com destaque na contracapa, é dela a primeira foto. Mas não canta nenhuma música.

A sonoridade de Through the Fire lembra os discos do Illusion. O piano de Hawken segue à frente, com o baixo de Cennamo tendo presença forte em alguns momentos (o mais marcante na abertura do álbum), além de boa presença de violão (a cargo de um músico convidado). Mas o formato é mais simples, sem as inclinações progressivas que sempre se fizeram presentes antes. Há também músicos convidados na guitarra, violoncelo, percussão e sopros, que aparecem esporadicamente. A falta dos toques progressivos e a de uma participação efetiva de Jane causam estranhamento, e comprometem o resultado final. Mas uma ouvida atenta mostra qualidade nas canções, todas peças de um agradável tom pop com toques folk e eruditos, em arranjos na medida certa. Jim sabe lidar com as limitações de sua voz, e continua esbanjando talento como compositor, além da eficiência habitual nas baquetas.

A abertura, com One More Turno on the Wheel, é o único momento progressivo do álbum, além de ser o também a única faixa que lembra o primeiro disco do Renaissance. Louis dá um show na introdução, e logo depois entra o piano de John. Um clima tenso, que muda levemente quando entra a melodia principal, um pouco mais convencional. Uma das mais interessantes do álbum. A segunda faixa, Good Heart, já é mais suave, e com presença de guitarra, e uma bela melodia.

Uma das melhores canções é Blowing Away, lenta e melódica, com uma boa passagem de violoncelo, e com uma convidada fazendo os vocais de apoio junto com Jane. Merece destaque, também, Beyond the Day, de formato semelhante, com presença de sopros.

Também merece destaque a penúltima faixa, My Old Friend, e seu tom melancólico. É no encerramento dela, quase no finzinho do cd, que ouvimos pela única vez a voz de Jane à frente, em um pequeno vocalize.

Resumo: um bom álbum, longe de ser um clássico, mas com algumas belas melodias, que capta o espírito da formação menos conhecida do Renaissance. Mas peca ao passar a impressão, na capa, de que Jane Relf tem uma participação maior, o que não acontece. Também carece de um pouco de variedade nas músicas, algo que eles sempre tiveram. Um registro temporão, que vale a pena para os fãs. Apesar de fora de moda, o som do Renaissance original tem qualidade suficiente para continuar valendo a pena até os dias de hoje.
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