Machine Mass - Intrusion - Progbrasil

Machine Mass





Titulo: Intrusion
Ano de Lançamento: 2021
Genero:
Label:
Numero de catalogo: OCD049

Revisto por Renato Moraes em 07/09/21 Nota: 9.0

 

Extremamente bom, um clássico ro rock progressivo

Intrusion é o novo lançamento da banda belga Machine Mass, liderada pelo guitarrista Michel Delvile (Wrong Object, Elton Dean, Harry Beckett, Annie Whitehead, Alex Maguire, Stanley Jason Zappa, Ed Mann, Robin Verheyen, Trank Zappa Grappa In Varese?). Em cada trabalho da Machine Mass a sua formação é renovada e novos horizontes são explorados. Para esse novo trabalho, temos os colaboradores de trabalhos prévios, como o tecladista Antoine Guenet (Univers Zéro, Wrong Object, Sh.TG.N) e baterista americano Tony Bianco (Elton Dean, Paul Dunmall, Evan Parker) e o baixista Damien Campion (Trank Zappa Grappa In Varese?, Markus Stauss), além de novos integrantes da cena do jazz belga, Laurent Blondiau (Mâäk s Spirit, Andy Emler MegaOctet, Octurn) e Manuel Hermia (Slang, Orchestra Nazionale della Luna, Hermia-Ceccaldi-Darrifourcq Trio). Para este novo projeto, o Machine Mass Sextet explora o jazz, com foco em influências passando entre o free jazz do final dos anos 1960, o jazz modal e o início do jazz elétrico dos anos 1970. Para isso iniciam o CD com Africa de Coltrane que ganha uma versão fantástica e elétrica, com solos exuberantes de guitarra, sax e trumpete e ainda chamando a atenção o ataque fenomenal que tanto o piano e a bateria impõem. O álbum é finalizado com uma energética e maravilhosa versão de In a Silent Way, clássica composição de Joe Zawinul, gravada por Miles Davis e que intitulou um dos seus mais icônicos álbuns. Aqui a versão é bastante energética, percussiva, com bela atmosfera dada pelo piano e solo dos sopros. As outras faixas são de autoria dos membros da banda, três de Delville, duas Guenet, uma Campion, um improviso coletivo. O estilo do jazz moderno, com aspectos, como citado, do free jazz, do jazz modal e do fusion são incorporados em Intrusion, em que alguns fraseados em uníssono entre trumpete, piano e guitarra são alguns dos pontos altos e de grande beleza do disco, os solos de piano são algo à parte. This Is é um improviso coletivo, em andamento mais lento, mais no espírito do free jazz e da escola Hamolodics, solos se cruzam, de guitarra, trumpete, saxofone, bateria e baixo que inicialmente se arrastam imprimem um andamento nervoso, agressivo e progressivo, que é acompanhado por solo de sax fantástico com apoio de fundo da guitarra. Um jóia! O estilo elétrico e da banda e dos músicos trás algo novo, mas em momentos lembra a intensidade e a criatividade de Miles Davis, com seu quinteto no final dos anos 1960, pela energia, interação do sax e do trumpete, que é rápida e cheia de ideias, e o uso de wah-wha no trumpete, certamanente irá nos remeter à época do Bitches Brew. Um disco sensacional, cheio de energia, solos fantásticos, de atmosferas maravilhosas, desenvolvimentos muito bons. Tony Bianco e Damien Campion funcionam como uma máquina em grande sintonia! Delville e Guenet solam e também mantém belos ritmos e harmonias para os solos de trumpete e sax. Um dos pontos altos do CD é a dupla de composições Intro/The Roll. Enfim, esse é um disco excelente de jazz elétrico, moderno, cheio de boas ideias, solos e arranjos e espontaneidade, para se ouvir repetidas vezes, principalmente para quem gosta dessa transição do jazz do final dos anos 60 e início dos anos 70, ou apenas de ouvir um excelente jazz com aspectos de rock. A pergunta continua: de um país pequeno como a Bélgica, de onde saem tantos músicos tão criativos e excelentes?

1 Africa 10:48
2 Intrusion 14:17
3 This Is 2:19
4 Not Another Loud Song 9:01
5 Intro 2:12
6 The Roll 9:02
7 ED 6:16
8 In A Silent Way 11:14

Damien Campion – baixo acústico
Tony Bianco – bateria
Michel Delville - guitarras
Antoine Guenet – piano
Manuel Hermia – saxophone
Laurent Blondiau – trumpete
Progbrasil