IQ - The Lost Attic - Progbrasil

IQ

Inglaterra
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Titulo: The Lost Attic
Ano de Lançamento: 1999
Genero:
Label:
Numero de catalogo:

Revisto por Marcello Rothery em 21/02/07 Nota: 9.0

 

Extremamente bom, um clássico ro rock progressivo

Uma banda como o IQ parece mesmo ser perfeccionista em tudo. Até uma coletânea de raridades, como esta, é formada quase que completamente por material de excelente qualidade. Grandes composições, e gravações com alta qualidade de áudio. Muito mais do que uma coletânea, The Lost Attic é um item importantíssimo da discografia da banda, e contém algumas gravações que podem ser considerados clássicos, e figurar entre as melhores coisas que a banda já fez.

Como destaque adicional, o cd trás um vasto encarte de 20 páginas, contando boa parte da história da banda, e dando ricos detalhes de cada gravação – além de conter todas as letras e line-up de cada faixa. Um item obrigatório para os fãs da banda.

The Universal Scam abre o cd de forma excelente. Composta para o álbum Subterranea, ela se assemelha a outras músicas do referido álbum, como .

A seguir, a acústica e bela Wintertell, com uma melodia triste, bem ao estilo de Peter Nicholls (que a compôs sozinho). A banda a considerou um pouco fora do estilo que eles queriam passar ao público, e por isso ela ficou de fora do álbum Tales From the Lush Attic – onde ela deveria ter entrado, entre Awake and Nervous e The Enemy Smacks. Ouvindo a música, fico com a impressão que ficaria muito bonito assim. Uma pena que não tenha acontecido. Mas, enfim, este álbum de raridades finalmente trouxe esta bonita canção à tona.

O álbum segue com uma versão de estúdio do trecho central de The Last Human Gateway. Um dos maiores clássicos da carreira da banda, esta música foi executada em vários shows nos anos 90 nesta versão reduzida – de pouco mais de 4 minutos, tendo ótima recepção. Aqui, este trecho aparece pela primeira vez em uma versão de estúdio.

O álbum segue com um dos seus grandes destaques : Hollow Afternoon. Neo-prog puro, linda melodia, e um andamento hipnótico, esta música foi composta em um momento turbulento da carreira da banda : no meio de 1984, durante a turnê de promoção de Tales From the Lush Attic. Apesar de não saber o que o futuro traria (o clima entre os músicos era péssimo), eles acharam a música muito boa para ser deixada de lado, e resolveram fazer algo incomum : lançá-la em um compacto de apenas um lado, e distribuí-lo gratuitamente na entrada de um grande show que fariam no clube Marquee, de Londres. Foi a única tiragem do compacto, e o referido show foi a única vez em que executaram a música ao vivo. Hollow Afternoon iria para o limbo por 15 anos, até ser resgatada em 1999, quando o grupo gravou esta nova versão de estúdio. Uma das mais belas melodias já feitas pelo tecladista Martin Orford, esta versão trás ainda uma curiosidade : vítima de uma gripe, o guitarrista Mike Holmes teve que se ausentar do estúdio por alguns dias. O próprio Martin, então, tratou de completar a parte de guitarra da música. Temos, então, aqui nesta gravação, a única aparição de Martin executando um solo de guitarra em toda a carreira do grupo (difícil é saber em que partes exatamente).

Como tributo ao falecido Geoff Mann, a banda gravou em 1994 uma composição dele : Aphatetic and Here, I. O arranjo foi todo adaptado por Mike Holmes para ficar com a cara do IQ, num resultado muito bom. Nesta música, aliás, é Mike quem toca os teclados.

O estilo de N.T.O.C. (Resistance) dá a pista : trata-se de uma música composta na fase mais pop da banda. Deveria ter entrado no álbum Are You Sitting Confortably, mas acabou ficando de fora – embora tenha sido bastante executada nos shows da época. Seria regravada mais tarde, com nova letra, feita por Peter, que já estava de volta à banda.

Um momento fraco do disco é a faixa Barbel is in, um reggae, nada a ver com o estilo da banda. Mas a coisa volta a ficar boa com The Bold Grenadier. Embora a qualidade do áudio desta gravação deixe a desejar, trata-se de mais uma bela canção. É uma canção tradicional inglesa, que eles lançaram em single gratuito para o fã clube da banda em 87. Uma triste balada folk, que ficou muito bonita na voz de Paul Menel.

O disco segue com uma brincadeira dos músicos, batizada de My Legs. Algo como um diálogo de teatro, com vozes caricatas, foi incluída aqui em homenagem a um falecido amigo da banda : Les Marchall, que participa da gravação fazendo uma das vozes (as outras são feitas por Peter Nicholls e o baixista Tim Esau).

No mesmo single em que figura The Bold Grenadier, eles colocaram uma nova gravação de Fascination, feita na época, com Paul Menel nos vocais. Um pouco mais pop do que a versão original (com Peter – que por sinal é um dos autores da música, lançada em Seven Stories Into Eight) e do que uma versão com o próprio Paul, que consta no álbum Nine in a Pond is Here – hoje fora de catálogo.

O álbum segue com a versão original de Hollow Afternoon. Aquela que foi lançada em single, e distribuída gratuitamente a quem foi no show do Marquee em 1984.

Encerrando, 3 músicas tiradas de um especial de rádio BBC que a banda gravou em abril de 1984 : Awake and Nervous, Just Changing Hands e Widow’s Peak. A performance da banda foi tão boa que essas gravações viraram lenda entre os fãs. Aqui, elas finalmente têm seu lançamento oficial, e encerram de forma brilhante este grande cd.
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