Kansas - Somewhere to Elsewhere - Progbrasil

Kansas

Estados Unidos




Titulo: Somewhere to Elsewhere
Ano de Lançamento: 2000
Genero:
Label:
Numero de catalogo:

Revisto por Marcello Rothery em 11/04/07 Nota: 8.0

 

Ótimo trabalho, disco de cabeceira

Mais recente álbum de estúdio da banda, Somewhere to Elsewhere é uma obra histórica por vários motivos. Marcou o retorno da banda ao estúdio depois de vários anos, retomou de vez o caminho do progressivo, e principalmente, reuniu, após 20 anos, a sua formação clássica : Steve Walsh, Kerry Livgreen, Robbie Steinhardt, Rick Williams, Dave Ball e Phil Earth.

Pela primeira vez em mais de 15 anos, o guitarrista, tecladista, fundador e principal compositor da fase áurea da banda, Kerry Livgreen, estava de novo em ação com o Kansas. E que ação. Kerry assina, sozinho, todas as músicas do disco, toca todos os teclados, e as principais guitarras. Os anos de recolhimento parece que fizeram muito bem a Kerry, que trouxe à banda material de grande qualidade, reacendendo a sua chama progressiva. As 10 músicas que compõem Somewhere to Elsewhere parecem ter sido compostas no final da década de 70, e guardadas até hoje, pois nos ligam diretamente àquela época. Estão lá os temas roqueiros (Disappearing Skin Tight Blues, Where the World Was Young), os momentos melódicos (Icarus 2, The Coming Dawn, Look at the Time), e tensos (também em Look at the Time, Byzantium).

O disco já abre com um novo clássico: Icarus II. Espécie de continuação do clássico Icarus – Born on the Wings of Steel, Icarus II abre com uma linda melodia de piano e violino, e uma interpretação emocionante de Walsh. Há uma virada com guitarras pesadas, quase heavy, e um lindo encerramento com solo de guitarra sobre teclados fazendo sons de cordas e corais.

A música seguinte, Where the World Was Young, é mais roqueira. Um pouco depois, outros destaques : a melancólica The Coming Dawn, levada ao piano, nos lembra um pouco o estilo de Nobody’s Home, de 1978. Myriad é um dos momentos mais progressivos e tensos do disco, com várias mudanças de andamento, e quase 8 minutos de duração.

Look at the Time retoma o estilo de The Coming Dawn, mais uma vez com grande beleza. Em todas essas canções, o violino de Robbie aparece com a habitual competência. Mas é na música seguinte, o delicioso rock Disappearing Skin Tight Blues, que ele comparece pela primeira vez no vocal principal, o que combinou perfeitamente com o estilo dessa canção, que tem um ar levemente country. Este rock, junto com a música anterior, Coming Dawn e Icarus II, são os grandes destaques do álbum.

O último grande momento vem a seguir: Distant Vision. Mantendo uma pegada roqueira, porém com mais variações e um pouco de tensão, esta música acabou sendo uma das escolhidas para ser executada nos shows da turnê que se seguiu, e que iria culminar no cd/DVD Device Voice Drum, lançado algum tempo depois.

As duas músicas finais, apesar de boas, não se destacam da mesma forma, e são mais um complemento para o álbum. Ainda há uma música escondida no final, que consiste em um descontraído improviso country da banda, de violão e vozes.

Somewhere to Elsewhere é um dos grandes álbuns da carreira do Kansas, mas não teve o reconhecimento que merecia. A voz de Steve Walsh não é mais tão perfeita como antes, os timbres dos instrumentos obviamente mudaram, mas a essência do velho Kansas está lá, assim como a qualidade das composições. É um álbum que não pode faltar na coleção de qualquer fã do grupo que se preze.
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