Anthony Phillips - Private Parts & Pieces 1 - Progbrasil

Anthony Phillips

Inglaterra
http://www.anthonyphillips.co.uk/




Titulo: Private Parts & Pieces 1
Ano de Lançamento: 1978
Genero:
Label:
Numero de catalogo:

Revisto por Marcello Rothery em 01/04/11 Nota: 7.0

 

Bom, mas apenas para fãs ou admiradores do gênero

Em 1978, Anthony Phillips deu início à sua longa série de álbuns dedicados a músicas mais simples, e em formato mais bruto, que caracterizam a série Private Parts & Pieces. Canções mais simples, com um ou dois instrumentos em geral, é o que a gente encontra nestes álbuns.

O primeiro da série é um prato cheio para quem curte este tipo de som. Phillips dá prioridade aos temas de violão solo, porém há também espaço para algumas músicas tocadas em dois violões, e outras com teclados. O álbum original tem uma única música com vocais, que o fecha, mas a reedição acrescentou mais duas.

O álbum, curiosamente, abre com Beauty and the Beast, cuja base é feita no piano. Uma faixa com apelo erudito, na qual um violão de aço e outro piano intercalam solos virtuosos, em pouco mais de 4 minutos.

A seguir, um dos destaques do álbum : Field of Eternity, um dos mais clássicos número solo de violão de nylon de Phillips, de pouco mais de 5 minutos. Uma melodia extremamente relaxante, e que já circulou em vários bootlegs nas últimas décadas, inclusive com um nome diferente : For a Present Friend.

A faixa seguinte, Tibetan Yak-Music, é levada em violões de aço e possui efeitos de eco para reproduzir a atmosfera do Tibet. Efeitos adicionados pelo parceiro Harry Williamson, que já gravou alguns discos em parceria com Phillips.

Uma das faixas mais bonitas do álbum é a curta Harmonium in the Dust, com uma linda melodia solada na guitarra como Phillips fazia no Genesis, e raramente faz em sua carreira solo. Isto com a base feita em um harmônio.

A longa Tregenna Afternoons, de quase 8 minutos, é mais um dueto de violões de aço, com um ritmo mais quebrado, que não me agrada muito, pois em certo momento o virtuosismo parece excessivo, e um pouco cansativo.

Mais interessante é a faixa bônus que vem a seguir : Stranger, escrita junto com o parceiro Michael Rutheford, é uma das poucas faixas cantadas do cd, e possui uma agradável melodia levada em violões, que lembra um pouco a atmosfera do álbum The Geese and the Ghost.

Após ela, vem uma das mais famosas, e mais bem construídas faixas de violão acústico da carreira de Phillips : The Reaper. Uma suíte de quase 8 minutos, cuja estrutura gira em torno do tema principal que é tipicamente roqueiro, em torno do qual se desenvolvem variações mais calmas, criando uma atmosfera mais relaxante, marca registrada do músico. Tudo conduzido em um único violão acústico.

A seguir, um dos grandes momentos da carreira de Phillips como pianista : Autumnal, uma peça erudita de piano solo, com uma bela estrutura melódica, assim como partes que mostram que, não só como compositor mas também tecnicamente, Phillips é realmente um bom pianista.

A faixa a seguir é a maior do disco : Flamingo, com 11 minutos de duração, todos feitos em violão de aço. A estrutura tem algumas semelhanças com The Reaper. Há o tema central mais roqueiro, e os temas mais lentos desenvolvidos em torno dele. Porém aqui, eles têm mais independência, se distanciam mais do tema principal, ganhando quase uma identidade própria. Por fim, um desses temas, o maior de todos, evolui aos poucos, ficando mais acelerado, até chegar a um clímax que faz a canção voltar para um formato mais calmo, que é o encerramento da suíte.

Que nos conduz à faixa de encerramento do álbum original (e única deste com vocais) : Seven Long Years. Toda de voz e piano, a estrutura desta bela canção lembra bastante a de Collections (também do álbum The Geese and the Ghost). Um bonito encerramento para o primeiro dos álbuns mais intimistas da carreira do músico.

A nova edição do álbum ainda inclui mais duas faixas bônus. A primeira é bastante curiosa : trata-se da demo de outra canção bastante conhecida de Phillips para os colecionadores de bootlegs : Silver Song. Nesta versão, quem faz os vocais é o próprio Phillips, e a canção é levada quase toda em violões, apenas com pequenas passagens de guitarra. O tom é mais baixo também, o que se torna mais adequado à voz de Phillips, que soa agradável, e combinou bem com o arranjo aqui.

Por fim, a última faixa bônus é mais uma suíte de 7 minutos para violão de 12 cordas, com estrutura semelhante às de The Reaper e Flamingo: Movement IV from Guitar Quintet. Outra bela música, que Phillips fez muito bem em tirar do baú; constitui um belo encerramento para o cd.
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