Aranis - Made in Belgium II - Progbrasil

Aranis

Belgica




Titulo: Made in Belgium II
Ano de Lançamento: 2014
Genero:
Label:
Numero de catalogo: 4446119

Revisto por Renato Moraes em 18/02/15 Nota: 10.0

 

Discoteca básica, fundamental

Versão curta: Segundo CD de uma provável trilogia em que a banda belga Aranis toca composições de vários compositores da Bélgica. O estilo hoje designado chamber-rock tem na Bélgica as bandas mais interessantes, sendo que Aranis é uma das que tem se destacado mais nos últimos anos. Usando cordas, guitarra semi-acústica, baixo acústico e violino, acordeão, flauta e violin, a bnada explora de forma magnífica neste novo CD composições que mesclam música de câmara, rock, jazz, tango, minimalismo, canções francesas. Nesse segundo volume algumas faixas têm vocais, e guitarra elétrica prlo convidado Pierre Vervloesem, que ainda não compôs nada para o Aranis, mas faz solos excelentes. Aranis está excelente nesse segunda trabalho. Não percam.

Versão longa (para que tiver mais paciência):

Aranis volta com Made in Belgium II, o segundo volume de música de compositores belgas. A Bélgica conseguiu criar um estilo por alguns denominado de chambre-rock, em que instrumentos de música clássica são misturados com instrumentos de jazz e rock, criando música ao mesmo tempo charmosa, com requinte e com muita energia na execução. Bandas como Univers Zéro, Cro Magnon, Louise Avenue e, é claro, Aranis são excelentes representantes do estilo. O CD abre com Skip XXI do clarinetista e compositor Peter Vermeersch que tocou em grandes bandas do estilo e é excelente compositor (X-Legged Sally, The Flat Earth Society, Maximalist!, De Oplosbare Vis, solo, Maximalist!, Simpletones & Kamagurka en de Vlaamse Primitieven Group). A faixa foi composta e executada pela banda X-Legged Sally no CD Land of Giant Dwarfs e tem certa reminiscência com as composições de Roger Trigaux, pois tem muita energia, com tema intrincado que ganha muito pela execução delicada e menos jazzística do que a gravação original, sendo que o piano ganha a frente do grupo, enquanto as cordas, flauta e acordeão ficam no fundo, e no meio da composição Jana Arns esbanja sua voz, quando o tema passa para uma valsa, alegre e dançante em contraste com o resto da composição, que volta a ganhar energia em seu fechamento. Hit é uma parceria do cellista Jan Kijken (Louise Avenue, Daniel Denis, Morton Forks Gang, carreira solo) com Joris Vanvinckenroye, compositor principal do Aranis. A faixa composta e gravada por sua banda Louise Avenue, ganha com a contribuição de Joris, e ouvimos excelentes contrapontos e evolução quebrada com pitadas aqui e ali dos instrumentos, até passear nas harmonias mais simpáticas e evoluir para o meio bombástico, que na versão original tem solos dos instrumentos de sopro e com jeitos jazzísticos, mas aqui a flauta e violino dão um show a parte, antes do final, em que exploram o tema do início. Intermezzo I de Pierre Chevalier (Univers Zéro, Present) é um curto intermezzo de piano, antes do início de Tolles Pferd de Koen Van Roy (Cro Magnon), e cuja composição segue o seu estilo próprio, algo com mistura entre valsa, e Michael Nyman, com a porção central com vocal que lembra as canções de Kurt Weil, qundo executadas por Dagmar Krause. A quinta faixa, DSK, é do pianista Maarten Van Ingelgem (de quem não conheço nada). É um compositor de mão cheia, se essa faixa representa o melhor do seu trabalho, com evolução lenta, muitos pizzicatos, tema algo bartokiano, mas calmo e muito belo. Kablamo é um belo tango de Ananta Roosens (La sieste du dromadaire), em que acordeão e cordas ganham grande destaque, especialmente com a mistura do tema principal com Kashmir, do Led Zeppelin. Excelente! Em Intermezzo II Joris Vanvinckenroye brinca um pouco com seu contrabaixo em solo melancólico para criar clima para a energética Boki II, de Ward De Vleeschhouwer, pianista da banda em made in Belgium I e do projeto acústico com dois pianos e percussão do Present, tema intenso, quase univeresco, e obscuro, mas com final mais otimista. Isso não é para fracos. Chanoi é de Joris, trazendo de volta o estilo pelo qual Aranis foi consagrado, misturando graça e complexidade; destaco aqui a execução da guitarra e do acordeão, simplesmente sublimes. La Vague é do pianista e compositor Walter Hus (Maximalist!, Belgisch Pianokwartet, Simpletones), executada com energia extra e com algo de tango no desenvolvimento dramático da faixa. Intermezzo III, de Chevalier, é dedicada apenas ao piano, algo sombria e de desenvolvimento lento e muito bonito. Cell Stress é do clarinetista e saxofonista Kurt Budé (Univers Zéro, Present, Pirly Zurstrassen) e também grande compositor sendo autor de muitas das composições novas do Univers Zéro. Em quase dez minutos, Budé apresenta algo intenso e cheio de energia, com passagens intrincadas em que a flauta, acordeão e o piano se alternam com as cordas em um dos pontos mais altos do CD! Ainda conta com solo eletrizante da guitarra de Pierre Vervloesem e com final bombástico. O CD fecha com Funambul de Aurélie Dorzée (Aurelia), composição bonita que tem aspectos das canções francesas, calma, bucólica e solene, mas com certa tensão escondida, que aflora com os vocais, algo ao mesmo tempo angelical e diabólico. Mais um trabalho grandioso da banda Aranis, para não ser perdido de modo algum.

Stijn Denys / guitarra
Joris Vanvinckenroye / baixo acústico com arco de crina de cavalo
Marjolein Cools / acordeão com 217 botões
Liesbeth Lambrecht / violino, viola, violino Stroh e 4 cordas G
Pierre Chevalier / piano, voz zen francesa e quatro palavras em alemão
Jana Arns / flauta, flauta alto e cantoria obscena

Guest:
Pierre Vervloesem / guitarra (faixas 10 & 12)

1 - Skip XXI (Peter Vermeersch) 6:19
2 - Hit (Jan Kuijken / Joris Vanvinckenroye) 6:25
3 - Intermezzo I (Pierre Chevalier) 1:03
4 - Tolles Pferd (Koen Van Roy) 4:33
5 - DSK (Maarten Van Ingelgem) 3:37
6 - Kablamo (Ananta Roosens) 3:19
7 - Intermezzo II (Joris Vanvinckenroye) 1:43
8 - Boki II (Ward De Vleeschhouwer) 6:06
9 - Chanoi (Joris Vanvinckenroye) 2:56
10 - La Vague (Walter Hus) 4:32
11 - Intermezzo III (Pierre Chevalier) 1:15
12 - Cell Stress (Kurt Budé) 9:50
13 - Funambul (Aurélie Dorzée) 4:29
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