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A Gota Suspensa

Brasil




Titulo: A Gota Suspensa
Ano de Lançamento: 1984
Genero:
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Numero de catalogo:

Revisto por Marcello Rothery em 06/06/06 Nota: 7.0

 

Bom, mas apenas para fãs ou admiradores do gênero

A história do rock brasileiro é cheia de detalhes interessantes, e tesouros escondidos. Este disco é um caso.

Por trás dele está o embrião da banda pop Metrô, famosa como integrante do fenômeno do rock nacional dos anos 80.

A origem da banda, porém, tinha uma direção totalmente diferente : A Gota Suspensa, formada em fins dos anos 70, fazia rock progressivo sinfônico de excelente qualidade, com toques jazzísticos e folk.

Em meados de 83, porém, já tinha adotado um estilo mais acessível, tipicamente new-wave, como eram tantas bandas da época. Porém, eles mantinham aceso o seu lado progressivo.

Formado por Virginie (vocais), Yann Laouenan (teclados), Alec Haiat (guitarras), Dany Roland (bateria), e Marcel Zimberg (saxes, flauta), a banda lançou este disco em 84 de forma independente. Composto por 9 músicas, o disco abre com uma vinheta instrumental que fica no meio do caminho entre o prog e o pop. A seguir, 3 músicas puramente pop-new wave, já no estilo do Metrô.

Encerrando o lado 1 do vinil, uma magnífica peça instrumental de mais de 7 minutos : Voyage, sinfônica até a medula, repleta de variações, e passagens melódicas de grande beleza, onde guitarras e sopros enfim alçam vôo.

O lado 2 é aberto por mais duas faixas pop : A Gota (linda, a despeito do estilo) e Show. E encerra com mais dois magníficos vôos progressivos instrumentais.

A primeira delas é Apocalipse, mais tensa e jazzística no início, aos poucos vai se tornando mais melódica, e encerra de forma muito bonita. E a segunda, que fecha o álbum, é a linda Lotus, onde a flauta de Marcel se destaca.

Em apenas um disco (ou, se preferir, 3 músicas) independente, A Gota Suspensa escreveu uma bela página do progressivo brasileiro. Enterrada no esquecimento, esta obra rapidamente saiu de catálogo. Hoje é relíquia, nunca foi lançada em cd.

Após este disco, a banda teve a saída do soprista, deixou o progressivo definitivamente para trás, mudando o nome para Metrô. Gravaria no ano seguinte o lp Olhar, estourando no país inteiro com hits como Beat Acelerado e Tudo Pode Mudar.
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