Yes - Magnification - Progbrasil

Yes

Inglaterra




Titulo: Magnification
Ano de Lançamento: 2000
Genero:
Label:
Numero de catalogo:

Revisto por Gibran Felippe em 28/10/05 Nota: 9.0

 

Extremamente bom, um clássico ro rock progressivo

Destacar-se-á que Chris Squire é o termômetro do Yes, sempre que o
baixista está inspirado o resultado final é, no mínimo, bom, por
outro lado, quando Squire resolve apenas acompanhar burocraticamente,
parece sensivelmente que toda a banda vai mal, notamos esse aspecto em
obras como ?Big Generator?, onde a banda passa a idéia de ter
produzido o álbum para tocar num lupanar ou coisa semelhante, mas em
?Magnification? Squire anda bem, aliás, muito bem, para a alegria
dos fãs do grupo.

?Magnification? trata-se de um trabalho orquestrado, sobretudo
corajoso, tendo em vista que em pleno século XXI poucas bandas se
aventuraram nesse terreno pantanoso, já que tal aspecto requer uma
produção mais caprichada que o usual. Nisso reside um dos maiores
méritos dessa obra, pois é perceptível que a orquestra não é
meramente um pano de fundo, realmente funciona como um elemento ativo,
atuante, com luz própria, como se fosse um integrante de fato e não
simplesmente um agente exógeno. Muitos álbuns orquestrados, de
diversas bandas, tornam-se enfadonhos pelo fato da orquestra ser apenas
um coadjuvante de luxo, um simples acompanhamento, furtar-me-ei a citar
exemplos.

No caso específico do Yes temos dois trabalhos anteriores com arranjos
orquestrados, ?Time And A Word? de 70 e o projeto de 93 encampado
sem Chris Squire, denominado ?Symphonic Music Of Yes?, ambos muito
bons por sinal, onde recomendaria com tranqüilidade.

?Magnification?, de uma forma geral, supera os dois últimos
trabalhos em estúdio; ?Open Your Eyes? e ?The Ladder?, fica um
pouquinho atrás do ?Keys To Studio? e o coloco no mesmo nível de
obras como ?Time And A Word?, ?Tormato?, ?Drama? e
?90125?, o que convenhamos, não é pouco, sem falar que é
superior a muita coisa produzida por medalhões nos últimos vinte
anos.

É muito comum observarmos críticas às letras de Jon Anderson. Nesse
trabalho não foi diferente, alguns daqueles que não apreciaram,
justificaram torcendo o nariz para as composições do vocalista. De
fato, algumas são muito etéreas, oníricas, mas a verdade que ao
longo de sua carreira, Anderson conseguiu compor algumas letras
maravilhosas. Em ?Magnification? o grande exemplo é ?Spirit Of
Suvival?, em que consegue mesclar melancolia com otimismo em doses
certas. A música inicia-se por uma citação triste em que os Deuses
perderam o controle sobre a Terra, entoada com muita emoção pelo
vocalista, adiante surge a batida forte do Yes com uma ponta de
otimismo, pois ainda assim temos nosso espírito de sobrevivência para
nos guiar e nos levar a tempos melhores.

Em ?Can You Imagine? o vocal principal é desempenhado por Chris
Squire, que diga-se de passagem, canta muito bem, enquanto Jon Anderson
assume os backing vocals com a competência habitual. Esse fato desperta
a minha curiosidade, ou seja, Squire deveria ter feito isso mais vezes,
assumir o vocal principal, coisa raríssima na discografia do Yes,
deixando para Trevor Horn e Trevor Rabin essa função nos anos 80/90.

Na música ?We Agree? é necessário destacar a personalidade e
perícia de Mr. Steve Howe, já que toca violão, bandolim e guitarra
com grande maestria e um aspecto curioso é que no meio dessa música
ele executa um solo de guitarra semelhante ao contido em ?Ritual?,
provavelmente uma homenagem? Um revival?

Ao obter algumas opiniões de colegas sobre ?Magnification?,
compreendi que para cada um, há uma música favorita nessa obra, seja
ela: ?Magnification?, ?Spirit Of Survival?, ?Dreamtime?,
?Give Love Each Day? ou ?In The Presence Of?. Ora, quando nos
deparamos com essa variedade de preferências a respeito de um trabalho
com 10 músicas é porque estamos diante de um belo álbum e
?Magnification? é justamente isso! Contudo, o mesmo não atinge a
excelência, por conta de duas músicas fracas: ?Don`t Go? e
?Time Is Time? e o pior é que a banda curte essas duas babas, pois
colocaram no set list da turnê do cd, ficando até registrado em dvd.
Se tivessem excluído do álbum essas duas composições, mesmo sem
acrescentar outras, ou seja, apenas suprimindo-as e reduzindo com isso
um pouco a duração total do trabalho, a minha avaliação com certeza
ainda seria mais elevada.
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