Banda fluminense ativa nos anos 90 e respons�vel por um dos melhores trabalhos brasileiros lan�ados naquele per�odo e que incluia em sua forma��o o futuro "Projeto Caleidosc�pio" Arthur Nogueira.
Logo de cara salta aos ouvidos a qualidade de grava��o, coisa rar�ssima por esses lados, mais impressionante � o fato de que o cd cont�m quatro faixas a mais que o LP original, gravadas tr�s anos depois em outro est�dio e com outro t�cnico de grava��o mas que mant�m a �tima qualidade obtida nas primeiras grava��es, prova cabal de que os m�sicos estavam envolvidos e preocupados com a qualidade e resultado das grava��es, bem como sabiam exatamente como a banda deveria soar em vinil e posteriormente em cd que manteve a �tima sonoridade anal�gica.Fiz absoluta quest�o de assinalar todos esses pontos pois os julgo de suprema import�ncia e normalmente n�o recebem a aten��o devida, especialmente no Brasil.
Descrever a sonoridade da banda n�o � tarefa das mais simples, em alguns momentos o trabalho guitarr�stico de Arthur nos faz lembrar de Camel mas a compara��o n�o satisfaz pois o Topos Uranos carrega outras influ�ncias como por exemplo o cello carregado de erudi��o de "In Memorian" ou a complexidade experimental e virtuosa com toques jazz�sticos de "Hatman II".
Vale tamb�m destacar o trabalho dos m�sicos de forma individual, Arthur desfila extrema categoria e bom gosto em seus solos tanto na guitarra como ao viol�o al�m de demonstrar pleno dom�nio dos recursos de suas pedaleiras, variando constantemente timbres e reverbera��es que d�o um colorido todo especial ao trabalho, Andr� se mostra plenamente inserido �s propostas da banda e trabalha finamente tanto o pano de fundo quanto seus v�os solo com boa varia��o de timbres apesar da aparente limita��o de seu equipamento, destaque mais do que especial merece a dupla Jorge e Paulo que souberam imprimir um peso e sonoridade t�o agrad�vel aos seus instrumentos que conseguem ao mesmo tempo chamar sobre si grande parte de nossa aten��o, al�m de participar ativamente do desenvolvimento dos temas, sem entretanto incorrer nos excessos do exibicionismo.
As letras, bastante econ�micas j� que o disco � massivamente instrumental, falam do futuro, de sonhos e ilus�es e os vocais de Arthur procuram basicamente por uma inser��o no contexto musical da obra, ocupando not�riamente uma posi��o secund�ria.
Resumindo, um trabalho eminentemente metaf�sico e de ambi�ncia extremamente agrad�vel, desenvolvido com grande talento e bom gosto por pessoas de grande sensibilidade. |