Discografia Recomendada Leste Europeu - Anos 70

1. Modry Efekt - Svitanie (1977)

A honra de melhor trabalho do Leste Europeu nos anos setenta não poderia ter ficado em melhores mãos, pois ''Svitanie'' é uma das obras mais emocionantes que existem em todo o universo progressivo, quer seja pelos vocais, quer seja pelas guitarras, quer seja pelos teclados. É tudo majestoso e as peças se encaixam com rara perfeição, assim como as cremaleiras fundamentais para as engrenagens dos mecanismos mais complexos. É impossível em poucas linhas ressaltar os inúmeros grandes momentos deste trabalho, mas alguns são marcantes e responsáveis por levar muitos proggers às lágrimas. Os vocais de ''Ej, padá, padá rosenka'' e o solo de Radim Hladík na mesma música estão entre estes raros momentos. Pra fechar o trabalho tem-se toda a grandeza da música título.

2. Omega - 200 Years After The Last War (1974)

O maior medalhão do leste Europeu, assim pode ser classificada a carreira do Omega. A obra em questão é um autêntico clássico do progressivo mundial, desde as baladas como na música título, passando pelo space pesado do grupo, guardando similaridade com o Hawkwind, até desembocar no mais puro progressivo sinfônico, como na faixa de abertura, ''Suite'', uma das melhores composições do grupo em toda sua vasta carreira. O guitarrista György Molnár nesta obra estava muito inspirado, com bases e solos mágicos. Na suíte título vale atentar para a introdução atmosférica a cargo do magistral órgão de László Benkö. Grande momento!

3. Vangelis - Heaven and Hell (1974)

Este é o sétimo trabalho em ordem cronológica produzida pelo grego Vangelis, porém é o primeiro na lembrança da maior parte dos admiradores da sonoridade progressiva espiritual elaborada por este músico de alta estirpe. Já na introdução verifica-se que a tendência é épica e grandiosa, marcada por inúmeras passagens psicodélicas e ápices climáticos característicos de obras conceituais. O clima fortemente religioso/bíblico imposto na musicalidade do disco, principalmente pelos corais não torna o disco solene ou rebuscado, nada disso, o mágico rock progressivo está presente com força em diversos movimentos. Porém, entre os ''up and downs", o movimento mais lindo talvez seja o terceiro da primeira parte, onde Vangelis ao piano leva-nos literalmente ao céu. Atenção para a voz angelical de um certo vocalista e parceiro do grego.

4. Tako - Tako (1978)

No Brasil este disco tornou-se emblemático por conta de sua edição nacional no fim dos anos noventa, rapidamente esgotada. Não é para menos, a verve do leste europeu possui uma representação muito forte na obra desta magnífica banda. A combinação de teclados, flautas e guitarras choradas é intensa e os vocais do excelente baixista Dusan Cucuz em tom de lástima transborda toda a falta de liberdade, vivenciada pelos povos do leste europeu nos anos setenta sob o jugo pesado da URSS. Há certa conexão entre os cantos do M Efekt, principalmente se compararmos com a suíte ''Druga Strana Mene'', é de chorar.

5. Modry Efekt - Modrý Efekt & Radim Hladík (1974)

Outro discaço assinado pelo Modrý Efèkt, já na faixa de abertura ''Poty'' tem-se inúmeras variações alternando entre o progressivo sinfônico, hard nas viradas alucinantes da bateria e um folk devido a presença marcante da flauta de Ji?í Stivín e o piano de Martin Kratochvil convidados mais que especiais que sustentam os anticlímaxes, sempre permeados pelos mágicos solos de um dos maiores guitarristas de todos os tempos, o mestre Radim Hladik. Aliás, a guitarra de Radim é poética, em ''Hypertenze'' o mesmo parece criar um idílio de louvor ao rock progressivo.