Discografia Recomendada Alemanha - Anos 80 - Progbrasil

Discografia Recomendada: Alemanha - Anos 80

1. Eloy - Planets (1981)

Os bufões costumam dizer que o Eloy não está no panteão das grandes bandas de rock progressivo porque nunca teve originalidade, ledo engano! A maior prova disso reside na sonoridade do grupo a partir dos anos oitenta, onde conseguiram desenvolver uma nova fórmula de space rock com menos psicodelismo e profusão de teclados, se afastando por completo da sonoridade dos anos setenta e dos grandes grupos de space até então, tais como Pink Floyd e Hawkwind, inaugurando um estilo próprio que passou a ser referência para centenas de bandas que surgiram logo após. "Planets" é a confirmação desse novo horizonte, quase uma unanimidade na vasta discografia do grupo e ápice dessa fase do Eloy, "Mysterious Monolith" e "Queen Of The Night" se tornaram clássicos eternos e veneradas pelos admiradores do grupo.

4. Eloy - Time To Turn (1982)

''Time To Turn'' representa a continuação natural da temática contida no álbum ''Planets'', a rigor a idéia original da banda era de um disco duplo contendo as músicas de ambos, portanto estamos diante de um trabalho tão monumental quanto o anterior. A abertura com ''Through A Somber Galaxy'' é uma das que causam maior impacto em toda a vasta discografia do grupo, em seguida temos ''Behind The Walls Of Imagination''. ''Magic Mirrors'', ''End Of And Odyssey''; um verdadeiro desfile da magia dessa fase do Eloy. Vale atentar para as linhas de baixo do sempre criativo Klaus-Peter Matziol, além dos pungentes vocais de Frank Bornemann (provavelmente seu melhor desempenho vocal na longa carreira encontra-se nesse disco), o refrão de ''Magic Mirros'' é super emocionante. A curiosidade fica por conta do retorno do mestre Fritz Randow depois de um longo tempo de ausência das atividades da banda, desfilando sua categoria ao longo desse tesouro dos anos oitenta.

8. Iskander - Boheme (1986)

O CD Boheme 2000 da banda alemã Iskander é um clássico do neo progressivo. Porque? 1-Porque neste periodo de transição ,pouca coisa ainda estava definida em termos de como o progr. iria continuar (ou não). 2-Pela atmosfera e linha melódica da estrutura básica das músicas, que contém, em primeiro plano, lindos solos de guitarra que lembram Hackett e Floyd. As camas de teclados são simples, mas feitas com teclados analógicos muito agradáveis aos ouvidos dos caras que curtem anos 70! Vocais são light na linha do Camel, mas o todo do CD é instrumental. Confira.

2. Amenophis - Amenophis (1983)

Obra-prima do progressivo sinfônico alemão em todos os tempos, o grande destaque desse álbum reside na perfeita combinação de violões e guitarras a cargo do excepcional Michael Rössmann, guitarrista oriundo da escola genesiana do mestre Steve Hackett, capaz de produzir momentos sublimes tanto na base quanto, principalmente, nos solos. A agressividade emotiva dos vocais é outra característica de relevância e possui certa similaridade com outro monstro dos anos 80, o Fish do Marillion. "The Flower" é daquelas músicas que nos traz a sensação aprazível de viajar no tempo e espaço nas asas de uma entidade superior, vale atentar para a introdução que é definitivamente encantadora.

3. Rebekka - Phoenix (1982)

A musicalidade deste álbum é um sopro de poesia representando uma das páginas mais ricas em melodias de todo movimento progressivo alemão. A instrumentação farta possui uma bela combinação de sopros, guitarra chorada e piano, transbordando em grandes momentos de sentimentalismo através da suavidade dos vocais de Marion Weldert, seguindo a escola do maravilhoso Renaissance. Porém, "Phoenix" deságua num folk prog mais ortodoxo trazendo a música título como carro chefe, num dos momentos mais sublimes de toda a história do rock progressivo alemão e mesmo sendo representante dos anos oitenta, acredito que mesmo comparando-se à vasta discografia germânica dos anos setenta, ainda assim ocuparia um pedestal de destaque.

5. Anyone's Daughter - Anyone's Daughter (1980)

Anyone's Daughter é uma banda alemã formada no final dos anos 70 com estilo sinfônico como Genesis ou Eloy(meio periodo).O álbum de mesmo nome foi lançado em 1980, após o conceitual debut da banda, o famoso disco Adonis (1979).Creio que neste segundo álbum o grupo apresenta uma maturidade geral,incluindo a maravilhosa arte da capa.Um discaço pra quem aprecia o progressivo que fez a ponte entre a "old school" e o Neo.Um lance é que o Deep Purple (CD Fireball) contém uma música de mesmo nome! da banda.Coincidência? Obrigatório e Nota 10 !!

6. Anyone's Daughter - In Blau (1982)

Um dos maiores panteões do progressivo sinfônico alemão não poderia jamais ficar ausente numa relação deste porte; e o Anyone's Daughter participa não somente com um disco, mas com dois, transparecendo o quanto é admirado no meio e justificando sua legião de fãs mundo afora. "In Blau" (quarto trabalho do grupo) é fantástico, sobretudo porque potencializa os aspectos emotivos contidos nos álbuns anteriores. A intensidade do feeling do guitarrista Uwe Karpa está exacerbada, sobressaindo-se especialmente em músicas maravilhosas como "Nichts Für Mich" e "Sonne". Os teclados da suíte "Tanz Und Tod" são tão brilhantes que se comparam ao viático fornecido pelo sacerdote aos enfermos, trazendo-nos a boa sensação de alívio em que a arte enobrece a vida.

7. Faithful Breath - Back On My Hill (1980)

Sete anos separam o primeiro disco da banda desse segundo trabalho, apesar das diferenças, o disco ainda guarda muito da sutileza do primeiro, especialmente no que diz respeito às melodias, finamente trabalhadas pelo tecladista com lindos desenvolvimentos e retomadas, porém a influência mais "hard" do vocalista e do guitarrista acabaram trazendo um colorido diferente ao trabalho e é justamente esse contraponto de estilos que faz de "Back on My Hill" um trabalho único no progressivo oitentista alemão, riffs rápidos e pesados, um vocal extremamente forte e bem colocado, combinados com melodias influenciadas pela música barroca.

9. Werwolf - Creation (1982)

Único trabalho do grupo Werwolf, ''Creation'' é um disco conceitual que aborda o tema da criação, tanto pela ótica natural quanto das entidades criadas pela mente humana. A fantasia musical permeia todo o álbum com uma música de abertura ''Höhenflug'' que impressiona pela beleza e feeling, relembrando os melhores momentos do Eloy, porém com mais sinfonismo e emoção. A sequência do disco nos remete a outras referências, principalmente devido aos vocais femininos a cargo da belíssima voz de Gitta Löwenstein. Disco robusto e equilibrado com todas as músicas mantendo elevado nível, ''Creation'' figura tranquilamente entre as melhores obras do progressivo sinfônico dos anos 80. Outro destaque que não pode deixar de ser citado é o guitarrista Gerd Heuel, um autêntico lobisomem da guitarra, monstruoso, emotivo e genial!

10. Eloy - Colours (1980)

Trabalho inaugural de uma nova era para o Eloy, e sem exageros, do progressivo em geral, ''Colours'' apresenta as armas do grupo para a entrada na década de oitenta, num novo tempo, menos rebuscado, menos ortodoxo e com maior flerte ao universo mais convencional do rock, devido ao entusiasmo do público e principalmente da mídia com a vertente punk e dance que estavam fulgurantes no período. A diferença do Eloy para outros pares é que a bela musicalidade do grupo ainda se fez presente e com grande autoridade como podemos notar nos teclados e guitarras de ''Illuminations'', outro grande clássico do grupo. Destacam-se também os vocais femininos incidentais na obra e todo o arranjo espacial de ''Child Migration'' misturando energia, audácia e melodia em doses exatas. Vale a pena citar o trabalho da cozinha, uma das melhores em toda a vasta discografia do grupo, Matziol está estupendo e McGillivray absolutamente impecável. ''Colours'' é mais uma obra-prima com a assinatura do Eloy!

Progbrasil