Discografia Recomendada Alemanha - Anos 70 - Progbrasil

Discografia Recomendada: Alemanha - Anos 70

1. Triumvirat - Spartacus (1975)

Disco pertencente ao coração dos progers brasileiros, "Spartacus" surgiu como um tipo de debrum caprichoso na roupa perfeita que não cansamos de utilizar em qualquer ocasião. Os mesmos elementos contidos no trabalho anterior "Illusions On A Double Dimple" são apresentados nessa obra-prima, que alçou o grupo à condição de banda progressiva mais popular da Alemanha. "Spartacus" possui um equilíbrio perfeito entre as partes vocais e instrumentais, virtuose e melodia, arranjos magistrais e solos nervosos. A genialidade de Jürgen Fritz aflora com proeminência em músicas como "The School Of Instant Pain" e "Spartacus", não somente pelo show nos mais diversos teclados, mas também pela beleza dos vocais que estão maravilhosos. O maior power trio alemão assinou um dos melhores discos de todos os tempos.

2. Triumvirat - Illusions on a Double Dimple (1974)

Trabalho responsável por alçar o Triumvirat ao estrelato, contendo arranjos orquestrais e somente duas suítes de vinte minutos cada, ''Illusions On A Double Dimple'' é daqueles exemplares de arrasar quarteirão. O movimento "Bad Deal" possui uma das mais belas introduções ao piano executadas pelo mestre Jürgen Fritz, a entrada agressiva dos vocais tem conexão direta com a letra e tema, culminando com um sax de arrepiar. Lançado no Brasil e devidamente esgotado, este é um dos mais encatadores discos alemães, o movimento "Lucky Girl" parece uma referência irônica ao ELP, atenção para o coral feminino. "Hands Off" todos os fãs do progressivo, este é o disco para se ouvir de joelhos!

3. Satin Whale - Desert Places (1974)

Progressivo em altíssima velocidade, o fato é que logo de início Desert Places prende a atenção, as variações são incrivelmente rápidas, um ou dois versos cantados e a sequencia é todo um desenvolvimento instrumental que surpreende a cada minuto.Capitaneados por Roesberg, o guitarrista/flautista/vocalista que divide as atenções com Dellman, um verdadeiro organista furioso, a banda desfila uma inteiração perfeita à base de influência do blues, temperada com música erudita e apimentada com muito rock, hard rock.Incansável e acelerado do primeiro ao último minuto, Desert Places é um daqueles discos que quando você percebe, já acabou, e o jeito é começar de novo, e a 200Km por hora.

4. Eloy - Dawn (1976)

Considerado por boa parte do público como o melhor trabalho do Eloy, "Dawn" deixa um pouco de lado a forte acentuação hard dos álbuns anteriores e entra de cabeça no universo progressivo sinfônico, mostrando um novo caminho trilhado pela banda, agora com variedade de timbres nos teclados de Detlev Schmidtchen, além do seu monumental trabalho nas guitarras, juntamente com o líder Frank Bornemman. A introspeção e melancolia tomam forma em músicas como "The Sun-Song", "The Dance In Doubt And Fear" e notadamente em "Gliding Into Light And Knowledge", já na introdução de "Between The Times" esse direcionamento fica perceptível nos vocais entoando "I' Blinded by my pain" até o surgimento altamente original da "VOICE". "Dawn" além de todas as qualidades musicais foi marcado também pela estréia do genial Jürgen Rosenthal e seu estilo rebuscado de tocar bateria. Obrigatório!

5. Novalis - Sommerabend (1976)

Um disco contendo três hinos do progressivo alemão, assim podemos classificar "Sommerabend", utilizando a mesma receita contida em "Close To The Edge" do Yes, a qual prima pelas músicas de longo fôlego e diversos movimentos. Obra edificada para ser servida nas mais belas terrinas de um palácio, o grupo obtém neste terceiro trabalho uma consistência musical de muita força, mesclando momentos suaves com dedilhados ao violão e outros agressivos com solos de guitarra e cozinha muito quebrada, com toques incidentais de teclados na linha space que criam um clima e tanto. O guitarrista Detlef Job é um caso à parte, destes que podemos considerar fora de série, vale destacar duas passagens extremamente inspiradas, seus solos ao fim de "Wunderschätze" e a condução da base na suíte título.

6. Grobschnitt - Rockpommel's Land (1977)

Eroc, Lupo, Mist, Popo e Wildschwein. Em se tratando de progressivo germânico, esta foi uma das maiores formações em todos os tempos, aliando criatividade, originalidade e muita harmonia. "Rockpommel's Land" reflete exatamente isso, apresentando-nos uma temática envolta de uma história fantástica em tom de puro encantamento, afanstando-se da orientação nervosa que o Grobschnitt havia impresso nos trabalhos anteriores. Faixas como "Ernie's Reise" e "Anywhere" surgem em forma de acalanto. Destaca-se ao longo de todo o disco o monumental trabalho de guitarras do Lupo, além de toda genialidade de Eroc, alçando-o à condição dos grandes bateristas de rock progressivo dos anos 70. A suíte título pode ser considerada o canto do cisne desse grupo fundamental não só na Alemanha, mas em todos os países onde se respira rock progressivo.

7. Eloy - Ocean (1977)

Obra inspiradíssima do Eloy, "Ocean" possui farta dose de introspeção na descrição da lenda relacionada à civilização de Atlântida e ao deus dos mares - Poseidon. A melancolia se apresenta nas letras de Jürgen Rosenthal, vocais e guitarras de Frank Bornemman. Entretanto, em meio às reflexões surgem arroubos sonoros de forma explosiva, principalmente a partir da metade de músicas como "Incarnation Of Logos" e "Decay Of Logos". O baixo de Klaus-Peter Matziol é ponto de destaque, para muitos sua melhor performance em toda discografia do grupo. Até hoje é possível ficar arrepiado com a narração clássica do álbum: "Worlds Atomize And Oceans Evaporate In Eternity!", imortalizada no "Live", além dos inúmeros efeitos na abertura de "Atlanti's Agony At June 5th - 8498, 13 P.M. Gregorian Earthtime". Simplesmente obrigatório!

8. Eloy - Silent Cries and Might Echoes (1979)

A despedida do Eloy dos anos setenta não poderia ter sido mais inspirada, o fim de uma era de ouro é marcada por um dos trabalhos mais climáticos dos anos setenta, com profusão de solos chorados de guitarra, arranjos de beleza irretocáveis, como os teclados na clássica "Pilot To Paradise", sempre acompanhados por uma cozinha refinada nas linhas de baixo e milhares de variações na bateria. "Migthy Echoes" fecha o álbum de forma emocionante, martelando em nossas mentes a qualidade musical de Bornemann, Matziol, Schmidtchen e Rosenthal que sempre garantiram a viagem astral dos milhares de admiradoes mundo afora.

9. Anyone's Daughter - Adonis (1979)

A obra-prima do Anyone's Daughter, desbravador das fronteiras do neo progressivo que se solidificaria nos anos oitenta, possui todos os atributos elevados a um plano superior. A harmonia e desempenho dos grandes Uwe Karpa e Matthias Ulmer beira a soberba, sendo o solo de guitarra no movimeto final da suíte título algo definitivamente deslumbrante. Outro destaque de muita categoria deste trabalho reside no tema final, não por acaso, música que intitula o próprio grupo, numa profusão de teclados com larga melodia combinando adequadamente com a emotividade dos solos de guitarra. Se o Anyone's Daughter é um dos grupos mais queridos da cena germânica, muito disso se deve ao monumental 'Adonis', que ainda por cima possui uma das mais belas artes gráficas de todo o rock progressivo.

10. Eloy - Power And The Passion (1975)

Este trabalho representa a transição do Eloy para uma orientação mais progressiva, com timbres de teclados mais variados, pausas mais longas e solos chorados de guitarra, num álbum de construção super conceitual abordando uma viagem no tempo. Entretanto, as características marcantes das primeiras obras ainda se fazem presente, basta ouvir o delírio de abertura com "Journey Into 1358", a marcação nervosa do baixo e bateria e o hammond a pleno vapor. "The Bells Of Notre Dame" encerra de forma primorosa, base estupenda nos teclados de Wieczorke culminando com um dos mais belos solos de guitarra do mestre Bornemann. No álbum seguinte a banda passaria por uma grande reformulação nas suas fileiras, de qualquer forma o time de "Power And The Passion" marcou época e deixou um grande legado para a consolidação do progressivo germânico, tanto que este é o único trabalho de linha do Eloy lançado na mídia cd oficialmente no Brasil.

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