Emerson, Lake & Palmer - Works orquestral tour 1977 - Progbrasil

Emerson, Lake & Palmer

Inglaterra
http://www.emersonlakepalmer.com/




Titulo: Works orquestral tour 1977
Ano de Lançamento: 2003
Genero:
Label:
Numero de catalogo:

Revisto por Maximiliano von Zierer em 25/01/06 Nota: 8.0

 

Ótimo trabalho, disco de cabeceira

Este DVD do ELP lançado em 2003 é uma produção meio mal cuidada. A qualidade de imagem do show de 1977 é apenas razoável, e é muito difícil distinguir alguma cor. A iluminação não ajuda muito, com muita escuridão e imagens indistinguíveis. A banda e a orquestra só são perfeitamente visíveis nas imagens mais próximas, mas que são felizmente abundantes.

No Menu, não há disponibilidade da lista das músicas do show, também ausente da contracapa do DVD. Em nenhuma parte do DVD você vai achar a relação das músicas! Onde já se viu isso? E quando vamos em “scenes selection”, as opções são apenas 4 capítulos de acesso: scenes 1, 2, 3 e 4. Também não é possível avançar de música em música, mas apenas dar pulos com cerca de 20-25 min cada através do concerto! E não há nenhum extra: nada de imagens de bastidores, entrevistas da época ou uma entrevista atual comentando aquele show, nadica!

A qualidade de som também está longe dos padrões atuais de DVDs. A única opção para o áudio é o Linear PCM 48 kHz 16 BIT. O som em geral é até razoável, mas há muitas partes em que se ouve muito barulho da platéia ao fundo. O mais prejudicado é o baixo de Lake, nem sempre audível. Para Emerson, Palmer, os vocais de Lake e a Orquestra, o som está ok!

Com tantos aspectos negativos, será que esse DVD vale a pena? A resposta é: vale e muito! Este é um show espetacular do ELP no auge de suas habilidades, num estádio lotado no Canadá (Montreal Olympic Stadium) diante de 70.000 fãs enlouquecidos!

De quebra, há o acompanhamento de uma orquestra sinfônica completa com 65 músicos. Para o repertório desse show, foram cuidadosamente escolhidas músicas que permitiam o melhor aproveitamento da orquestra junto à banda.

O DVD começa mostrando imagens de helicóptero do estádio (ao som de Abaddon's Bolero), depois a chegada da banda nos bastidores, a expectativa da platéia na escuridão, e até o telão com os dizeres “Bienvenue Emerson, Lake & Palmer” (Bem-vindos...). Depois do tiro de canhão (!), banda e orquestra atacam com “The Enemy God” e o estádio vai abaixo: o barulho é tanto que mal se ouve a música nos primeiros 40 segundos! O destaque para esta curta música de abertura é de o Palmer, muito rápido e preciso.

Logo em seguida vem Karn Evil 9 - Part 3: aqui Emerson toca aparentando uma facilidade incrível, Lake detona no baixo e depois no solo de guitarra (muito bom ver e ouvir guitarra no ELP!), e Palmer destrói a bateria mais uma vez!

Num crescendo, a bola da vez é a Pictures At An Exhibition [Excerpts], música que ficou simplesmente magnífica junto a orquestra! Aqui o Emerson sozinho é um show a parte, a voz do Lake está belíssima, e Palmer massacra impiedosamente a bateria! O Grand Finale, quando Lake canta “there’s no end... to my life...” é de chorar!

Aí temos o set acústico do show: Emerson e Palmer saem um pouco para se refrescar, enquanto Lake dedilha C'est La Vie no violão com cordas de aço, um belíssimo som. Esta é uma música simples, mas que com o acompanhamento da orquestra cresceu bastante. E para completar, ainda temos a volta do Emerson com um genial solo de acordeão que dá um toque todo especial a música! Depois Lake emenda com Lucky Man, outra canção que o público apreciava bastante nos shows.

Na seqüência, o show se aproxima do seu ápice: é a vez de Emerson brilhar com seu Piano Concerto, acompanhado da orquestra. Emerson toca alucinadamente e literalmente frita as teclas, numa ótima composição com um tema sombrio de arrepiar!

Detalhe para Carl Palmer que acompanha tudo na percussão, utilizando vários recursos, como sinos tubulares, um pandeiro, um glockenspiel, etc...

Depois, a banda executa a endiabrada Tank, uma música muito forte, com espaço até para um solo de clarineta muito doido e fusion de um dos integrantes da orquestra! No meio desta música temos o solo de bateria arrasa-quarteirão de Palmer: espetacular técnica, malabarismos diversos, rufos velozes, massacre nas peles, violência nos gongos, sensibilidade nos pratos, nitroglicerina pura! Só mesmo uma bateria feita de aço inoxidável para suportar tamanho massacre (no bom sentido!). É de deixar qualquer um de queixo caído!

Após o incrível solo de Palmer, um detalhe curioso: a banda volta com Emerson solando no synth Yamaha, e podemos ver atrás da bateria, em várias tomadas, dois músicos da orquestra (que nem ouvimos) acompanhando o ELP, sendo um baixista e um guitarrista! E precisava disso? Quando a música termina, a platéia está em êxtase, e Emerson ao microfone ainda aproveita para atiçar ainda mais o público! É gasolina jogada no fogo!

Detonam a rápida Nutrocker, muito alegre e com muito jazz, mantendo o pique e o altíssimo astral.
Logo em seguida vem a Pirates, excelente composição na qual a interação grupo-orquestra é perfeita, com outro ótimo solo de Emerson no synth Yamaha e belos vocais de Lake.

Para encerrar o show (com apenas 85 minutos: curto não? não teve bis…), a instrumental Fanfare For The Common Man: aqui Emerson explora diversos timbres de sintetizador enquanto sola sobre uma agradável base de Lake e Palmer. No meio da música, há uma parte onde Emerson arrasta o órgão Hammond para o meio do palco e aplica-lhe vários empurrões, maltratando o bichão e tirando sons totalmente insanos! Chega até a tocar deitado, de cabeça para baixo, com o órgão sobre seu corpo! Depois desta mise en scene, volta ao synth Yamaha retornando ao tema inicial da música, não sem antes beber um gole de vinho e molhar a cabeça com outro tanto diretamente da garrafa!

É interessante notar que Emerson esteve bastante comportado ao longo do show, sem fazer muitas firulas, sem esfaquear o órgão ou colocar fogo nos sintetizadores! A única exceção foi a performance na última música, mas no geral Emerson esteve menos louco que o normal para se apresentar junto com a orquestra!

Finalmente, é preciso também mencionar que o lado 2 do DVD traz o documentário de 52 minutos “the Manticore special”, gravado durante o processo de criação do LP "Brain Salad Surgery" e incluindo cenas da turnê que se seguiu, em 1973. A qualidade de imagem e som também não é lá essas coisas, mas podemos ver a vida interessante da banda na estrada (muito álcool, cigarros...) e várias performances incompletas de clássicos do grupo. Aí a única música inteira é a Hoedown, e há também, de quebra, o videoclip da música Black Moon (da fase anos 90).

Avaliação final: Nota 10 para este show clássico de 1977 + nota 6,0 para a produção do DVD:

média final= 8,0
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