Marillion - Brave - Progbrasil

Marillion

Inglaterra
www.marillion.com




Titulo: Brave
Ano de Lançamento: 1994
Genero:
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Numero de catalogo:

Revisto por Edson Carlos Silva em 05/11/07 Nota: 10.0

 

Discoteca básica, fundamental

Qualquer adjetivo é pouco para falar sobre “Brave”, sétimo álbum do Marillion, lançado no já longínquo ano de 1994, mas que é mais atual do que qualquer coisa lançada na semana passada.

“Brave” é um disco conceitual, que fala da história de uma garota que anda por aí, sem memória, vivendo grandes mentiras e tentando encontrar uma identidade. Bom, como o conceito não interessa tanto e sim a música em si, vou tentar explicar o por quê de ser um disco tão especial, não só na minha vida, mas na vida de um bom ouvinte.

O disco começa com a intro “Bridge”, onde fica perceptível toda a melancolia que nos aguarda no decorrer do CD. A seguir temos “Living With The Big Lie”, com sua pegada poderosa e a voz de Hogarh fluindo com um poder incrível, além da guitarra maravilhosa de Steve Rothery, que faz a gente viajar a um mundo triste, cinzento, nublado. Ou seria ver o nosso próprio mundo com esse olhar cético? Bom, ouça e tire suas conclusões.

“Runaway” é uma canção mais calma, mas não menos angustiante, levada principalmente pelo teclado mágico de Mark Kelly. Hogarth parece suplicar a cada letra, a cada frase, a cada estrofe, onde a emoção fica evidente durante seus quase 5 minutos. É uma canção que começa minimalista e vai crescendo, crescendo, até tornar-se quase épica, com um lindo solo de guitarra de Rothery, daqueles que os amantes de deixar arrepiado um amante de bons solos.

Aí surge “Goodbye To All That”. Uma obra-prima de 12 minutos e talvez uma das melhores canções não só do Marillion como do rock progressivo em geral. Densa, nervosa, carregada de angústia, cheia de sentimento, cheia de sofrimento, com Hogarth tendo uma interpretação impecável e a banda ultra afinada com a parte instrumental de arrepiar no final da canção.

“Hard As Love” é mais pra cima, uma canção mais agitada, mais roqueira, mas nem por isso menos emotiva. É uma música que começa roqueira, cai por alguns segundos para um tom mais introspectivo e depois volta com carga total, sendo um contraponto interessante para a metade do disco. O tom minimalista retorna com “The Hollow Man”, levada apenas pelo teclado de Hogarth, falando do vazio das almas humanas e como valemos pouco ou como temos pouco valor para as demais pessoas do planeta, que em pouco tempo você cai no total esquecimento. Melancolia em estado bruto.

“Lap Of Luxury” e “Paper Lies” são canções mais agitadas, mais roqueiras como “Hard As Love”, e também mais comerciais, porém muito poderosas e com grande destaque para a cozinha da banda. Ian Mosley e Pete Trewavas mandam muito bem, além, obviamente, dos grandes solos de Rothery.

As 2 músicas seguintes são carregadíssimas de emoção: “Brave” é belíssima, carregada de emoção, com um instrumental hiper afiado e pra variar, um Hogarth extremamente inspirado. Mais uma canção que começa calma e vai crescendo, crescendo e crescendo, ficando extremamente apaixonante, assim como a clássica “The Great Escape”, que dispensa comentários. É mágica de tão apaixonante!

E para terminar, temos “Made Again”. Uma música acústica, muito bem feita e com um clima mais calmo, que fecha o álbum de maneira calma, tranqüila, absolutamente cristalina.

Temos enfim, o melhor disco do Marillion com Hogarth nos vocais e um dos melhores da banda, clássico obrigatório pra quem curte música boa, e que ainda pode ser conferido em DVD, no Brave Live, lançado em 2002. Simplesmente indispensável!
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