Eloy - Power And The Passion - Progbrasil

Eloy

Alemanha




Titulo: Power And The Passion
Ano de Lançamento: 1975
Genero:
Label:
Numero de catalogo:

Revisto por Demetrio em 09/10/06 Nota: 9.5

 

Obra-prima, irretocável

Formado em 1969 e com seus três primeiros trabalhos (Eloy, Inside e Floating) mais focados no hard rock, o grupo alemão Eloy, capitaneado pelo guitarrista e cantor Frank Bornemann, mergulha de vez no rock progressivo (embora ainda com algumas reminiscências hard) neste seu quarto trabalho, gravado em 1975.

Power and the Passion é um disco conceitual, tendo como tema uma viagem no tempo, contada através da estória de um jovem (Jamie), filho de um cientista, que se vê transportado para o passado após ingerir acidentalmente um comprimido fabricado pelo pai, indo parar na Idade Média, nos arredores de Paris, onde conhece uma garota chamada Jeanne, filha de um rico proprietário de terras ("Journey Into 1358"). Na seqüência os dois se apaixonam e compartilham uma experiência alucinógena após fumarem juntos um "baseado" ("Love Over Six Centuries"). Jamie conhece o pai de Jeanne, que o acolhe na condição de que ele ajude, com os seus conhecimentos do século XX, a controlar uma revolta de trabalhadores, mas ele se vê de repente num profundo dilema moral ao constatar a situação de penúria em que vivem os camponeses naquele lugar e a forma como são tratados, acabando por juntar-se a eles na rebelião contra o senhor feudal ("Mutiny"), em conseqüência do que acaba sendo feito prisioneiro ("Imprisonment"). Um guarda então o liberta ("Daylight") e ele consegue escapar com a ajuda de um mágico excêntrico que vive em uma catacumba ("The Zany Magician"), conduzindo-o de volta ao Século XX ("Back Into the Present"). A estória termina com a doce lembrança de sinos tocando ao longe, a saudade de Jeanne, o profundo desejo de que ela estivesse ali com ele, naquela que eu considero uma das músicas mais lindas e emocionantes deste álbum: "The Bells of Notre Dame".

Melodicamente este trabalho é maravilhoso do início ao fim. A alternância de passagens mais hard à la Uriah Heep, com uma excelente presença rítmica de baixo e bateria, com outras faixas bem mais viajantes e atmosféricas, funciona divinamente. Os solos de guitarra, órgão e mellotron são de encher a alma de tão bonitos. Os belíssimos efeitos de sintetizadores conferem ao disco toda aquela atmosfera espacial que marcaria a partir de então o trabalho do Eloy. E o melancólico solo de guitarra de Frank Bornemann na faixa final ("The Bells of Notre Dame"), ah que solo... É realmente de fazer fluírem lágrimas de nossos olhos.

Embora subestimado por alguns fãs, eu particularmente considero Power and the Passion um dos melhores trabalhos do Eloy, no mesmo nível, NMHO, dos grandes clássicos da banda, como Dawn, Ocean, Silent Cries & Mighty Echoes e Planets.
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