Um dos legítimos representantes da vanguarda do rock atual, o grupoislandês Sigur Rós foi formado em 1994, vindo a gravar o seu primeiro disco, Von, em 1997. Após um outro disco que continha remixes do citado álbum (chamado Von Brigði), gravaram em 1999 aquele que é hoje ainda considerado o melhor trabalho de toda sua carreira, o magnífico Ágætis Byrjun (tradução: Um Bom Começo).
A música do Sigur Rós é um autêntico tapete mágico de sons onde guitarras ruidosas e distorcidas, tocadas com arco de violino, toques delicados de piano, violino e violoncelo, juntamente com efeitos de sintetizadores, além de uma bateria às vezes arrasadora, às vezes com batidas delicadas, formam um todo harmônico e melodioso. É um som diferente, gélido como as paisagens glaciais da Islândia, denso e fantasmagórico em alguns momentos e aconchegante como uma cantiga de ninar em outros, alternando passagens as mais delicadas e angelicais com momentos de pura tempestade sonora.
Alguma semelhança com Radiohead nos climas introspectivos criados e na voz de Jón þór Birgisson, angustiada e carregada de sentimentos como a de Thom Yorke. E as semelhanças param por aí mesmo, já que a música do Sigur Rós tem realmente uma identidade muito própria, um senso de originalidade bastante singular (por isso mesmo a afirmação inicial de que a banda é uma autêntica representante da vanguarda do rock atual).
Eu considero Ágætis Byrjun um trabalho realmente impecável da primeira à última faixa, sendo até difícil apontar músicas favoritas num disco belíssimo como este, mas eu destacaria com especial ênfase as faixas 4 (Flugufrelsarinn), 5 (Ný Batterí), 7 (Viðrar vel til Loftárása) e ainda a faixa 8, Olsen Olsen, cuja parte final, com instrumentos de sopro, lembra um pouco a suíte Atom Heart Mother, do Pink Floyd. |
