Alesini & Andreoni

Italia

Titulo: Marco Polo
Ano de Lançamento: 1995
Gênero:
Gravadora: Materiali Sonori
Número de catálogo:
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  Revisto por: Demetrio Nota:9.2
Este disco, lançado em 1995, é resultado de um projeto encabeçado pelo duo italiano Nicola Alesini (sax, clarinete, teclados, percussão) e Pier Luigi Andreoni (piano, teclados, percussão), contando com um seleto time de músicos convidados, dentre os quais David Sylvian (vocais), Roger Eno (piano, teclados, vocais), Harold Budd (piano) e David Torn (guitarra). É, como o próprio título sugere, um disco conceitual, inspirado na mítica jornada do aventureiro italiano Marco Polo, no século XIII, em direção ao então desconhecido Extremo Oriente, saindo de Veneza/Itália, no ano de 1271, e finalmente chegando à China, na corte de Kublai Khan, em 1275, descobrindo uma rota terrestre ligando o Ocidente ao Oriente que viria a ficar depois conhecida como a "Rota da Seda".

O disco abre com a letárgica "Come Morning", que parece nos evocar paisagens de um alvorecer preguiçoso, de momentos que antecedem o início de uma longa jornada em direção a terras distantes e desconhecidas, mas uma jornada calma, sem pressa alguma, apenas pelo prazer de mais uma interessante descoberta a cada nova colina adiante. A viagem musical prossegue através de paisagens as mais exóticas, em faixas como "Quinsai, La Citta' Del Cielo", "Yangchow", "The Golden Way", "Sumatra", "Maya", "Buchara", "Kubilay Khan" e "The Valley of Pamir", sempre mantendo sua marcante característica de uma certa letargia e torpor ao longo de todas as faixas, para isto contribuindo enormemente o estilo vocal característico do David Sylvian, os hipnóticos solos de sax e clarinete e as belíssimas paisagens sonoras proporcionadas por teclados. O David Sylvian (ex-Japan e com diversos trabalhos lançados em parceria com o Robert Fripp) é mestre realmente em criar climas e sonoridades assim, o mesmo podendo ser dito em relação a outros colaboradores ilustres como Roger Eno, Harold Budd e David Torn.

Difícil apontar músicas favoritas em um disco tão belissimamente coeso como este, mas eu destacaria com especial ênfase as belíssimas "Come Morning", "Yangchow", "Sumatra", "Buchara" e "The Valley of Pamir" como minhas prediletas.

Se tivesse que descrever este disco em apenas algumas poucas palavras, estas provavelmente seriam, com muita propriedade: VIAJANTE, ETÉREO, LETÁRGICO, INTROSPECTIVO e deliciosamente EXÓTICO. Ou seja, um disco com enorme potencial para agradar em cheio àqueles que eventualmente já conhecem e apreciam a discografia solo do David Sylvian, bem como a todos aqueles que também apreciam trabalhos progressivos dentro das características acima descritas.