Finisterre

Italia

Titulo: La Meccanica Naturale
Ano de Lançamento: 2004
Gênero:
Gravadora: Label não informado
Número de catálogo:
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  Revisto por: Edson Carlos Silva Nota:8.5
Esse 4º álbum do Finisterre mostra uma mudança no som da banda. Em La Meccanica
Naturale, os músicos resolveram investir mais em partes experimentais, mesclando com
o já conhecido e bom prog sinfônico executado em outros CD's. Porém, essa mudança só
fez bem ao som do quinteto italiano, que deu um toque personalizado no seu som, ora
deixando-o mais melancólico, ora deixando-o mais "roqueiro".



Exemplos dessas guinadas estão nas canções "La Perfezione" que é belíssima (sendo
que aos exatos 3:25 entra um solo de teclado de Boris Valle que quase leva este
resenhista às lágrimas, tamanha a sua beleza e introspecção), trazendo um clima
melancólico como raras vezes vi num disco de rock progressivo. Por sua vez "La
Maleducazione" é quase um rock and roll, com passagens absolutamente roqueiras,
sendo uma das mais interessantes do CD.



"La Mia Identita'", Il Volo (com Stefano Marelli solando a lá David Gilmour no final
da música), "Lo Specchio" e "Ode Al Mare", com o mellotron de Agostino Marcor
fazendo de cama acolchoada para os solos viajantes e as passagens de violão
interessantíssimas de Stefano também devem ser registradas e são canções excelentes.
"La Ricostruzione Del Futuro" é tão grudenta que o refrão fica na nossa cabeça por
bastante tempo (La ricostruzione del futuro è um problema di atmosfera)



Mas sem dúvida o destaque vão para as canções instrumentais, onde realmente o
Finisterre desfila toda a sua categoria. "Rifrazioni" é simplesmente hipnotizante. É
uma música tão sensacional, por suas vozes desconexas, pelos solos de uma espécie de
trompete (quem souber o instrumento correto, me ajude, por favor), pelo piano sempre
presente de Boris Valle. Sensacional!



E fechando com chave de ouro, a melhor música do CD, daquelas que valeriam o meu, o
seu suado dinheirinho se apenas ela estivesse no álbum: "Incipt". A introdução de
piano é matadoramente linda. A parte que se segue com a bateria e a guitarra num
ritmo nervoso, com mais uma vez o mellotron servindo de cama acolchoada é
sensacionalmente linda. Os solos de teclado e guitarra num clima totalmente
atmosférico e experimental são realmente sensacionais, enfim...essa música valeria o
CD inteirinho, sem nenhum exagero por parte deste que vos escreve.



Enfim, temos em "La Meccanica Naturale", um Finisterre extremamente inspirado, que
produziu o seu melhor álbum nessa sua curta (mas belíssima) carreira.