Finisterre |
Italia |
![]() | |||||||||||
|
Clique aqui para Ficha Tecnica |
Revisto por: Edson Carlos Silva | Nota:8.5 |
Esse 4º álbum do Finisterre mostra uma mudança no som da banda. Em La Meccanica
Naturale, os músicos resolveram investir mais em partes experimentais, mesclando com o já conhecido e bom prog sinfônico executado em outros CD's. Porém, essa mudança só fez bem ao som do quinteto italiano, que deu um toque personalizado no seu som, ora deixando-o mais melancólico, ora deixando-o mais "roqueiro". Exemplos dessas guinadas estão nas canções "La Perfezione" que é belíssima (sendo que aos exatos 3:25 entra um solo de teclado de Boris Valle que quase leva este resenhista às lágrimas, tamanha a sua beleza e introspecção), trazendo um clima melancólico como raras vezes vi num disco de rock progressivo. Por sua vez "La Maleducazione" é quase um rock and roll, com passagens absolutamente roqueiras, sendo uma das mais interessantes do CD. "La Mia Identita'", Il Volo (com Stefano Marelli solando a lá David Gilmour no final da música), "Lo Specchio" e "Ode Al Mare", com o mellotron de Agostino Marcor fazendo de cama acolchoada para os solos viajantes e as passagens de violão interessantíssimas de Stefano também devem ser registradas e são canções excelentes. "La Ricostruzione Del Futuro" é tão grudenta que o refrão fica na nossa cabeça por bastante tempo (La ricostruzione del futuro è um problema di atmosfera) Mas sem dúvida o destaque vão para as canções instrumentais, onde realmente o Finisterre desfila toda a sua categoria. "Rifrazioni" é simplesmente hipnotizante. É uma música tão sensacional, por suas vozes desconexas, pelos solos de uma espécie de trompete (quem souber o instrumento correto, me ajude, por favor), pelo piano sempre presente de Boris Valle. Sensacional! E fechando com chave de ouro, a melhor música do CD, daquelas que valeriam o meu, o seu suado dinheirinho se apenas ela estivesse no álbum: "Incipt". A introdução de piano é matadoramente linda. A parte que se segue com a bateria e a guitarra num ritmo nervoso, com mais uma vez o mellotron servindo de cama acolchoada é sensacionalmente linda. Os solos de teclado e guitarra num clima totalmente atmosférico e experimental são realmente sensacionais, enfim...essa música valeria o CD inteirinho, sem nenhum exagero por parte deste que vos escreve. Enfim, temos em "La Meccanica Naturale", um Finisterre extremamente inspirado, que produziu o seu melhor álbum nessa sua curta (mas belíssima) carreira. |